A preocupação com a violência crescente e a criminalidade ajudou a motivar o aumento do número de pessoas que passaram a morar em condomínios no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Síndicos e Síndicos Profissionais (Abrassp), hoje, o país conta com mais de 68 milhões de pessoas habitando neste modelo de conjunto residencial, o que já equivale a quase um terço de toda a população nacional, que é de pouco mais de 214 milhões atualmente.
Diante desta realidade, a importância do papel dos síndicos profissionais ficou evidente, já que, em grande parte dos casos, esse funcionário, entre as suas atribuições, define o esquema de segurança que será escolhido para um condomínio. E, agora, ele tem autonomia de um autêntico gestor, status adquirido após receber o certificado do curso que o preparou para desempenhar a função.
Marco Barbosa, diretor da unidade brasileira da Came, empresa que é líder mundial em produtos de automação de acesso, exalta que, hoje, é essencial para os condomínios residenciais contar com síndicos profissionais. Ele destaca a importância destes locais estarem resguardados por equipamentos de alta segurança, mas lembra que é fundamental a existência de um gestor com a responsabilidade de apontar quais serão as exigências específicas de proteção.
“É muito importante que os condomínios tenham a atribuição de profissionais de segurança e empresas especializadas com síndicos profissionais para orientar o controle de acesso. Eles vão ajudar a mapear todos os pontos vulneráveis para determinadas partes do perímetro, nos quais precisarão de diferentes tipos de equipamentos, e escolherão os mais apropriados para cada necessidade”, explica Barbosa, que antes revelou um expressivo aumento de procura de 60% por produtos de alta segurança da Came por parte de condomínios residenciais, entre janeiro e setembro, na comparação com o mesmo período de 2021.
A Abrassp apontou que, atualmente, o Brasil conta com mais de 421 mil síndicos em atividade, sendo que os condomínios movimentam aproximadamente R$ 165 bilhões por ano, gerando empregos. Além disso, a profissionalização dos funcionários é uma demanda crescente enquanto o mercado do setor amplia as exigências aos trabalhadores do ramo de serviços domésticos, como zeladores, por exemplo.
Desta forma, o síndico hoje é muito mais do que um profissional que, antes, sem preparo, apenas cumpria funções burocráticas. Agora, com capacitação, é um gestor que ajuda nas tomadas de decisões estratégicas. “A gente, pela Came, também orienta sobre as necessidades de segurança de cada condomínio, mas é muito importante que do outro lado também exista um síndico profissional formado na área e com experiência para fazer esses tipos de projeto, que envolvem investimento e precisam de equipamento adequado para cada tipo de condomínio”, enfatiza Marco Barbosa, que é especialista em segurança.
“É preciso ter informações e estudar a geografia do lugar, os pontos de controle de acesso, saber quantos vão ter e onde ficarão”, completa o diretor, destacando ainda a importância desse profissional contar com o auxílio da tecnologia para monitorar os sistemas de proteção. A Came, por sua vez, disponibiliza dois tipos de equipamentos que controlam remotamente o funcionamento dos produtos de alta segurança e os gerenciam com avisos de manutenção preventiva.
“Grande parte dos equipamentos tem o monitoramento humano, que é suscetível à falha, ao erro. Por mais que a gente tente minimizar isso, sempre vai ter outro lado querendo burlar os sistemas de segurança. É um conjunto de ações envolvendo pessoas, processos e uma série de equipamentos que precisam estar integrados. E, mesmo com isso tudo, ainda não é possível ter a garantia de 100% de sucesso”, alerta Barbosa.
Número de edifícios condominiais quase dobra em três décadas
Dados recentes divulgados na Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) apontaram também que o número de edifícios condominiais quase dobrou em três décadas no Brasil. Segundo o levantamento, esse tipo de moradia saltou de 8,37% para passar a representar 14,2% dos domicílios do país. E os números coletados ainda revelam que, em um intervalo de apenas dez anos, a quantidade de apartamentos construídos aumentou de 6,1 milhões para 10,4 milhões, uma expressiva elevação porcentual de 68,7%.
Junto a essa expansão do mercado imobiliário, consequentemente, cresceu o número de síndicos profissionais no Brasil. De acordo com a última pesquisa da Abrassp, eles integravam uma classe com 21.868 pessoas, sendo que mais de um terço deste grupo (7.758) estava concentrado no estado de São Paulo. Rio de Janeiro (2.805), Santa Catarina (1.962), Minas Gerais (1.387) e Rio Grande do Sul (1.027) completaram o grupo dos cinco primeiros deste ranking.