A Came do Brasil apresentou na última edição da Exposec, feira internacional de segurança, em junho, três novos modelos de controladoras de equipamentos, que passaram a fazer parte do portfólio da empresa. E a boa aceitação inicial desses dispositivos no mercado já faz a unidade brasileira da companhia projetar um crescimento expressivo no segundo semestre.
Marco Barbosa, diretor da Came, revelou que a filial do país da multinacional espera fechar o ano com um aumento de até 15% nas vendas de produtos de alta segurança e controle de acesso na comparação com 2022. Já ao levar em conta todos os equipamentos comercializados pela companhia, a expansão prevista é de 20% em 2023, em comparação com o ano anterior.
A previsão otimista está ligada principalmente aos diversos benefícios proporcionados pelas recém-lançadas controladoras de equipamentos. Essas placas de comando garantem maior conectividade e entregam soluções integradas para gestão dos dispositivos de segurança e controle de acesso, como cancelas, catracas, dilaceradores de pneus, road blockers e bollards, que são barreiras de proteção de alta resistência com acionamento remoto.
“Todos os produtos da Came sofreram atualizações para poder receber os comandos de conexão das controladoras, via internet das coisas, e ser acessível pelo celular e até operado pelo telefone. E, agora, o cliente recebe relatórios completos de desempenho dos equipamentos, que podem ser monitorados à distância enquanto é gerenciado tudo o que está acontecendo nos ambientes onde há esse controle. O nível de sofisticação se tornou muito mais avançado do que era antes”, ressalta Barbosa, que também é especialista em segurança.
Essa praticidade, aliada à eficiência do funcionamento dos equipamentos, está motivando uma maior demanda de clientes interessados em contar com as controladoras e que estão adquirindo essas placas para gestão dos sistemas de segurança. “Há uma procura grande por esse tipo de tecnologia, que permite o acesso a uma informação muito mais detalhada do que está acontecendo dentro de uma casa ou de um estabelecimento. Hoje, as pessoas não querem só um equipamento do tipo hardware, limitado à operação física. Todo mundo quer saber quem está entrando e quem está saindo dos locais, por meio da inteligência. E, atualmente, as controladoras fornecem toda a informação referente a isso. É a parte da inteligência do controle de acesso”, reforça o diretor da Came.
Antes do lançamento das controladoras da Came na última Exposec, Barbosa já projetava um crescimento de cerca de 10% neste ano, em comparação com 2022, nas vendas dos produtos de segurança e controle de acesso, mas, agora, elevou a previsão de aumento para 15% ao mesmo tempo em que precisou aumentar os investimentos internos para dar conta da demanda que a empresa vem recebendo dos clientes. “Estamos com muito mais negócios do que no mesmo período do ano passado. Tivemos de ampliar o nosso quadro de funcionários em 13%, se comparado com o mesmo período do ano passado, e estamos importando muito mais produtos da nossa matriz para poder atender ao mercado. E os novos produtos e tecnologias estão refletindo nos resultados da empresa”, revela Barbosa, ao comentar as operações recentes da unidade brasileira da multinacional de origem italiana, presente atualmente nos cinco continentes e com 24 filiais ao redor do mundo.
Negócios no ritmo do crescimento do setor
Embora possa parecer exagerada a projeção de aumento de 20% da Came em suas vendas em 2023 na comparação com o período anterior de 12 meses, essa expectativa está alinhada com o forte ritmo de expansão do setor em que a empresa atua. A última edição da pesquisa Panorama de Mercado, divulgada pela Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), confirmou um crescimento de 18% do setor no Brasil em 2022, quando também contabilizou um expressivo faturamento de R$ 11 bilhões. E a entidade espera por um incremento de 19% desse segmento até o final deste ano.
“Eu vejo esse mercado estimulado em função do clima de insegurança que temos hoje. Os problemas com violência, que são amplamente noticiados pela mídia, também ajudam a impulsionar os investimentos em segurança e controle de acesso”, analisa Barbosa, cuja opinião também pode ser ratificada pelos altos gastos governamentais recentes na luta contra a criminalidade no Brasil.
Segundo a 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgada no dia 20 de julho, as despesas com segurança pública no país foram de R$ 124,8 bilhões em 2022, um aumento de 11,6% em relação a 2021. E a preocupação com a violência fortalece o setor de segurança eletrônica, composto hoje por mais de 33,5 mil empresas em solo nacional, de acordo com a última pesquisa da Abese. E a associação diz que, juntas, essas companhias são responsáveis por gerar um milhão de empregos diretos e mais de três milhões indiretos.